Talibã e Bolsonarismo: 4 similaridades e 4 diferenças

A retirada das tropas estadunidenses do território afegão, coloca o Talibã de volta ao centro das manchetes. A verdade é que poucos brasileiros conhecem a história deste grupo e até mesmo entre jornalistas ainda é um tema bastante desconhecido ou controverso.

Mas alguns fatos consolidados me chamaram a atenção, ao estudar sobre isso. Muitas características desta milicia terrorista se assemelham às das milicias bolsonaristas.


Semelhança 1: origem golpista apoiada pelos EUA

Ambos são grupos que em sua origem foram estimulados por agentes do governo dos EUA com o intuito de barrar a “ameaça comunista”. Vale ressaltar que na realidade os EUA pouco se importam com a democracia ou os direitos humanos no mundo, ainda que usem isso como desculpa para interferir em outros países. Prova disso é que dois dos maiores parceiros dos EUA no oriente médio são a ditadura sanguinária da Arábia Saudita e o estado terrorista de Israel, que assassina crianças palestinas e rouba terras dos vizinhos na maior “cara-de-pau”. É comum encontrar as digitais sujas dos americanos ao investigar diversos locais do mundo cuja democracia foi sabotada em algum momento. Documentos históricos e atuais comprovam que os EUA sempre tentaram sabotar a democracia na América Latina pois temem perder a hegemonia e o controle político e financeiro sobre o continente. Eles tiveram participação no golpe contra Dilma e posteriormente na fraude eleitoral de 2018, pois reconheceram em Bolsonaro um político totalmente subalterno e pronto a acolher projetos neoliberais. Da mesma forma, foram os EUA que armaram e financiaram o Talibã nos anos 80/90 com o intuito de desacelerar a influência dos soviéticos naquela região. Os EUA financiaram o Talibã para derrubar o governo afegão que, na época, se alinhava politicamente com os soviéticos.

Diferença 1

Vale lembrar que neste caso, com o tempo, o Talibã se diferenciou do bolsonarismo ao recusar fidelidade aos interesses dos EUA. Se você acha que os EUA combatem o Talibã por este ser um grupo terrorista e sanguinário, pegue um atlas e olhe com atenção. Vai descobrir que tem muitos outros países comandados por grupos igualmente sanguinários (ou até piores), mas que estão lá, conduzindo suas atividades de boas. Sabe por quê? Porque não vão contra os interesses dos americanos. Na verdade até os beneficiam comercialmente, como o já citado exemplo da Arábia Saudita que fornece petróleo, ou estratégicamente, como os israelenses que permitem que os americanos usem seu território como base nas táticas para roubar petróleo dos vizinhos que não sejam alinhados como a arábia saudita. O Talibã não quis se submeter. Já os bolsonaristas, são totalmente subservientes e subalternos aos EUA. É até curioso, pois embora se digam “patriotas”, bolsonaristas geralmente são absurdamente fanáticos pelos EUA.


Semelhança 2: milicianos

O Talibã foi controlando gradativamente as áreas do interior do Afeganistão, áreas rurais negligenciadas pelo estado. Impondo um estado paralelo, regido pelo terror e pela ameaça, o Talibã cobra pedágios dos moradores por cada serviço básico, com o pretexto de isso ser uma espécie de “taxa de proteção”. Apropriando-se inclusive das atividades do crime organizado local, em especial o cultivo de campos de papoula e o posterior tráfico de ópio. De modo semelhante, a família Bolsonaro é notadamente ligada às milícias do RJ. Grupos criminosos paramilitares, geralmente compostos por policiais e ex-policiais corruptos que fazem exatamente a mesma coisa que o Talibã, só que no estado do RJ (inclusive há suspeitas que graças às redes de influencia bolsonaristas no governo federal, estão conseguindo expandir para outros estados e atividades, como por exemplo a mineração ilegal na Amazônia).

Diferença 2

No Afeganistão, o Talibã tem conseguido assumir praticamente todas as atividades. No caso dos milicianos do RJ, o tráfico de drogas ainda está nas mãos de outras facções.


Semelhança 3: misoginia

A ONU e diversas organizações internacionais de direitos humanos denunciam a gravíssima situação a que as meninas e mulheres são submetidas sob regime do Talibã. De forma semelhante, os bolsonaristas cultivam a idéia de inferioridade da mulher. Defendem inclusive a normalização da agressão às mulheres. É comum ver os bolsonaristas agredindo e desfilando todo seu repertório de covardias especialmente contra mulheres. Desde perseguições em redes sociais a agressões físicas de fato. A misoginia é uma característica de destaque do bolsonarismo e possivelmente o que o Talibã realiza, é o grande sonho dos fundamentalistas bolsonaristas. O pensamento de que mulheres não devam estudar ou trabalhar é um ponto em comum entre os extremistas do Talibã e os bolsonaristas. Mulheres independentes os fazem entrar em pânico. Além disso, bolsonaristas riem de frases como “não te estupro porque você é feia” ou “tive uma filha mulher, foi uma falha”. O preocupante é o quanto os fanáticos de Bolsonaro aparentemente apreciam e concordam com sua mentalidade de estuprador. Assim como no caso do Talibã, os ataques misóginos dos bolsonaristas costumam entrar no campo da desumanidade.

Diferença 3

Embora a misoginia seja uma característica essencial ao bolsonarismo, esta característica divide as atenções no projeto “conservador” com o racismo e a lgbtfobia.


Semelhança 4: extremismo religioso

O Talibã pauta seus atos a partir de uma interpretação radicalizada dos textos do islã. Segundo os grandes mestres em teologia islâmica, é uma interpretação distorcida e equivocada, repleta de idéias infundadas e e incoerências praticadas conforme a conveniência dos líderes radicais. De igual modo, o bolsonarismo aplica interpretações distorcidas de passagens bíblicas na tentativa de dar um fundo de “guerra santa” aos arroubos autoritários do presidente. Pesa ainda o fato de que pastores evangélicos, donos de igrejas famosas, seduzidos pelas ligações com o poder e a oportunidade de obter vantagens financeiras, utilizam sua influência para turbinar as redes de “fake news” bolsonaristas. Especialmente pastores que aplicam o conceito de “esquema da pirâmide” para enriquecer explorando a ignorância dos fiéis menos esclarecidos que os seguem cegamente. Neste caso, o apoio da famigerada e notadamente corrupta ‘bancada evangélica’ acaba sendo determinante para os esforços bolsonaristas de associar seu “movimento conservador” com o fundamentalismo religioso neopentecostal.

Diferença 4

O Talibã utiliza uma interpretação radicalizada dos ensinamentos do islã. O bolsonarismo usa em seu discurso uma distorção radicalizada dos ensinamentos do cristianismo. Além da diferença da “religião-base”, aqui possivelmente temos uma diferença de motivação também: para o Talibã, a utilização de conceitos do islã seria uma forma de justificar sua existência e atos perante a comunidade muçulmana e tentar amealhar apoiadores através do conceito de jihad. No caso dos bolsonaristas, o interesse é eleitoreiro e a tentativa é de abocanhar religiosos mais alienados, pré-dispostos a acatar o conceito de “enviado messiânico”. Vale ressaltar que, assim como os muçulmanos repudiam interpretações radicais do islã que levam ao terrorismo, os cristão de um modo geral repudiam radicalismos de fundamentalistas cristãos. Por aqui, parte dos evangélicos no Brasil repudia o uso político e distorcido que Bolsonaro faz da religiosidade e fazem oposição ativa a isto


Particularmente a impressão que tenho é que caso não tivéssemos aqui no Brasil uma democracia um pouco mais sólida e desenvolvida que no Afeganistão, se Bolsonaro e seus fanáticos seguidores fossem deixados à vontade, possivelmente teríamos cenas semelhantes ou piores às que vimos ao longo de toda essa crise provocada pela insurreição do Talibã. Embora, dependendo da região do país, a situação seja de fato algo nesse nível já, como nas comunidades do RJ sequestradas pelas milícias ou as comunidades indígenas atacadas por milicianos bolsonaristas do garimpo ilegal e pelos madeireiros ilegais amigos da cúpula bolsonarista. Com mais semelhanças do que diferenças entre Talibã e bolsonarismo, fica a reflexão para os brasileiros se ter um governo com mentalidade miliciana e de fundamentalismo ideológico realmente vale a pena…

Ligue os pontos e tire suas próprias conclusões.


A Páscoa do cristão bolsominion


Semana de Páscoa. Cristãos usam pra lembrar daquela vez que os ‘cidadãos de bem’ de Jerusalém prenderam, torturaram e assassinaram um jovem que perturbava o país com seus ensinamentos subversivos contra a injustiça social. O réu pregava coisas como respeito às pessoas (inclusive pobres, estrangeiros e mulheres), defendia esquerdopatias como direitos humanos, e absurdos como a separação entre Estado e Igreja (a Deus o que é de Deus a César o que é de Cesar, lembra?)… Parece que essas coisas enfureciam bastante os guardiões da moral, mas segundo registra a bíblia, quando ele ousou curar no sábado, diz que foi aí que os Pastores ‘defensores da família’ começaram a planejar a morte dele, afinal, quem esse maluco pensava que era pra contrariar os superpastores semideuses donos da chave do céu? O jovem ainda tinha terrível mania de ensinar a compartilhar o pão, criticava o neoliberalismo (um comunista dizendo que era mais fácil um camelo passar na agulha do que um amante de dinheiro ir por céu). Pra finalizar, teve a audácia de dizer que todos, isso mesmo, pasmem, TO-DOS (homens, mulheres, romanos, judeus, samaritanos, crianças, indígenas, negros, chineses, etc.) tinham DIREITO de serem feitos filhos de Deus, sendo ele próprio o Filho de Deus. Aí foi demais. Crucificação nele, e mais uma vitória para os grandes escolhidos de Deus e defensores da família tradicional.
Só que, apesar do amor imenso que o cristão bolsonarista brasileiro tem pela morte e pelo discurso de ódio, e o dinheiro acima de tudo, a história não terminou aí.
A Páscoa, na verdade, para quem lê a bíblia direitinho, deveria ser uma época de celebrar a vida, porque quando a mensagem da Páscoa é Jesus, estamos falando de vida, de ressurreição… O mais irônico é que enquanto muita igreja famosa está centralizada na adoração ao dinheiro e em endeusar seus líderes pop-stars, com mensagens que de Jesus não tem nada, pra vc que precisa conhecer Jesus, é mais fácil achar procurando aí na internet o VT do desfile da Mangueira em 2020. Mostrando um Jesus real, que realmente está junto com o homem comum, sofrendo junto as mesmas dores, um Jesus que está junto, seja você uma minoria (representado pelo Jesus-índio), seja vc um alvo do conservadorismo misógino e homofóbico (representado pelo Jesus-mulher), seja vc um excluído social (representado pelo Jesus-morador-de-rua). Um Jesus que está junto, e cujo triunfo sobre o mal faz todo sentido. Enquando a igreja brasileira mergulha na “unção de Laodicéia”, é mais fácil achar o espírito de “Filadélfia” em setores que a própria Igreja discrimina. Ligue os pontos e tire suas próprias conclusões.

A derrocada da direita e o projeto da extrema direita sequestrando o Brasil e os Estados Unidos

Trump e Bolsonaro tentam sequestrar a “direita” como se o ultraconservadorismo neofascista fosse modelo de ‘política’, quando na verdade não passa de projeto totalitarista. Chamar estes sujeitos de ‘representantes’ é um insulto à memória daqueles que, independentemente do espectro político que preferem, sempre acreditaram na democracia e lutaram por ela. O partido republicano está manchando sua história, assim como os partidos brasileiros perdendo sua base moral, ao se associar a estas figuras. Partidos brasileiros que tem “social democracia”, “liberal” e “progressista” no nome, mas que na verdade se venderam para o projeto elitista faz é tempo, ou no caso dos EUA os republicanos que até ontem se orgulhavam de ser o “partido do Lincoln”, estão neste exato momento reescrevendo sua história e sem pudor nenhum deixam claro que acima de qualquer ideal, importam os lucros para os amigos do poder e a autopromoção acima de tudo.


Elitismo: herança colonial fraudando a democracia

“Elitismo” é um conceito segundo o qual o poder deve ficar sempre nas mãos de uma minoria privilegiada, também chamado de Oligarquismo.
Descrito inicialmente na filosofia, os critérios para se determinar essa ‘elite’ tinha como parâmetros características que os filósofos considerassem virtudes, como nível cultural e elevado padrão ético-moral.
Teoricamente, a idéia destes filósofos era que as grandes capacidades destas mentes privilegiadas trabalhassem em equipe para melhorar a vida da comunidade.
Contudo, quando este conceito foi estendido, ou melhor, sequestrado para o campo político-econômico, logo o critério para se fazer parte desta elite se tornou outro: o acúmulo de bens (independentemente da licitude ou não – dos meios utilizados para tanto).
Assim, o propósito desta elite não era mais a melhoria da comunidade como um todo mas construir um sistema que lhes permitisse continuar no poder e acumular riquezas – sistema este que dependia em grande medida de uma cultura de subserviência sendo implantada de forma eficaz entre a população geral.
No Brasil, boa parte das elites fez sua fortuna não necessariamente através do esforço próprio como gostam de dizer, mas na base da “canetada”, ganhando terras e privilégios de presente, ao se sujeitar aos caprichos de governantes desde o antigo império.
É claro, não quer dizer que todo mundo que é rico enriqueceu trapaceando. Mas sim, uma grande maioria dos abastados herdou sua fortuna.
Neste sentido, em diversas esferas da vidas pública, o Brasil vive uma democracia de fachada, uma vez que os instrumentos democratizantes são fraudados para que na prática o poder continue concentrado.
Exemplos não faltam. Os ‘coronéis’ que seja por coação, chantagem, seja por suborno, obrigam os cidadãos mais humildes a votarem em seus nomeados; os funcionários públicos que ‘tem que votar’ no atual prefeito porque é o ‘chefe’ deles, os patrões que impõem aos empregados em quem devem votar ‘porque o chefe é que sabe de tudo’; líderes religiosos que obrigam os fiéis a votarem em seus favoritos porque quem discordar deles ‘está em pecado’…
É um controle coercitivo que geralmente envolve abuso psicológico e econômico, como o exercido por coronéis e algumas igrejas, mas pode também incluir ameaças a integridade física, como por exemplo as que as milícias no RJ cometem.
O elitismo exclui o cidadão comum tanto da esfera administrativa (Executivo), quanto da mesa de elaboração das regras (Legislativo) e consequentemente do mediador que garante aplicação das regras (Judiciário).
Essa exclusão pode ser sentida no dia a dia.
Racismo, misoginia, lgbtfobia, intolerancia religiosa, nepotismo, desprezo pelo bem público e pelo meio ambiente… São apenas reflexos, desdobramentos desse elitismo excludente.
Isso mesmo: a injustiça social estrutural do Brasil e o elitismo estão diretamente relacionados.
É o banqueiro que fica revoltado vendo empregado indo pra Disney. É o shopping que trata cidadãos negros como criminosos de forma automática. É político envolvido com as milícias clamando pela volta da ditadura… É desvio de função de instrumentos de estado, como por exemplo a polícia, que passam a ser usados contra os cidadãos. É serviço público que falta nas periferias e dinheiro público despejado com regalias para amigos e parentes de governantes…
No Brasil, por oportunismo e laços históricos, há esse claro comprometimento da direita oligárquica com essa continuidade. O projeto neoliberal é a ‘meca’ dessa elite, cuja influência se estende inclusive na grande mídia.
Por outro lado, há uma RESISTÊNCIA progressista.
Contrapondo-se a isso e em defesa da real democracia, estão os grupos sociais que estão se conscientizando da necessidade de devolver ao povo o direito de escolha e decisão.
As maiores armas são o VOTO e a EDUCAÇÃO.
Por que você acha que a extrema direita se esforça tanto para desacreditar o sistema democrático e demonizar o sistema educacional?
Quando recebe educação de qualidade, o povo passa a ter uma compreensão real dos seus direitos e passa a exigir seu espaço nas tomadas de decisão, derrubando as oligarquias do poder.
O nome disso é DEMOCRACIA.

Defenda seu DIREITO. Lute pela DEMOCRACIA.

Poder para o Povo!

Mais uma pro rol de vergonhas da extrema direita

Bannon, o olavo do Trump, e mentor da estratégia bolsonarista do estilo de jogo sujo, foi preso por desviar recursos de doações. Curioso – e um tanto irônico – como os ‘ídolos’ guias do bolsonarismo são geralmente criaturas desumanas horrorosas, mas mesmo assim endeusados com tons de puritanismo pela extrema direita que adora se proclamar ‘defensora da família’. Só se for da familia psicopata bizarra, porque só dá doente e monstro, crendospai.


A pandemia e a História

A História com “H” maiúsculo vai contar para gerações futuras o que de fato aconteceu. A História vai registrar o trabalho valoroso de todos aqueles que fizeram de tudo pra combater a pandemia, os profissionais da saúde em primeiro lugar.
Mas a história vai registrar também aqueles que se omitiram, os que foram negligentes, os que foram desrespeitosos. A história atribui glória e história atribui desonra. E história fica pra sempre.

Editorial, abertura do Jornal Nacional em 20 de junho de 2020

Heróis da Consciência

• X-Men é sobre direitos civis. Se você não percebeu isso, não entendeu X-Men.

• Pantera Negra é sobre direitos civis. Se você não percebeu isso, não entendeu Pantera Negra.

• Capitão América literalmente enfrentou nazistas. Ele é a personificação da luta contra a extrema-direita. Se você não percebeu isso, não entendeu Capitão América.

• O Império em Star Wars é fascista. A Aliança Rebelde é antifascista. Se você não percebeu isso, você não entendeu Star Wars.

• O Justiceiro não foi feito para ser um modelo para a polícia ou Forças Armadas. Seus roteiristas o fizeram falar claramente contra isso em suas revistas. Se você não percebeu isso, você não entendeu o Justiceiro.

• Deadpool é queer. Ele é pansexual. Fato. Se você não percebeu isso, não entendeu Deadpool.

• Star Trek é sobre igualdade entre todos os gêneros, raças e sexualidades. Já em meados dos anos 60, a série adotava uma postura pró-escolha e defendendo o direito de escolha das mulheres. Um de seus temas mais claros é aceitar diferentes culturas e aparências e trabalhar juntos pela paz. (Também é anticapitalista e pró-vegana). Se você não percebeu isso, não entendeu Star Trek.

• Superman e Supergirl (e vários outros super-heróis) são sobre imigrantes. A posição desses quadrinhos é pró-imigração e pró-igualdade e aceitação. Se você não percebeu isso, você não entendeu Superman ou Supergirl.

• Stan Lee disse: “O racismo e o fanatismo estão entre os males sociais mais mortais que assolam o mundo hoje”. Se você é fanático ou racista, não entendeu nenhum dos personagens que Stan Lee criou.

• As histórias com as quais crescemos nos ensinaram a valorizar outras pessoas e culturas e valorizar as diferenças entre nós. Somente os vilões eram xenófobos, sexistas, racistas ou totalitários. Não consigo entender como alguém poderia não ter percebido isso.

• Se você está chateado por haver um Homem-Aranha preto, ou um Capitão América preto, ou uma Thor, ou que a Miss Marvel seja muçulmana, ou que a Capitã Marvel seja pró-feminismo ou qualquer outra coisa que os “fãs” de direita dizem, como ”estarem roubando a minha infância” – você nunca entendeu isso, em primeiro lugar. As coisas que você alega que estão agora “cedidas aos esquerdistas” nunca estiveram do seu lado, para começar.

Se você se considera um fã dessas coisas, mas ainda acha que a comunidade LGBTQ + está muito “na sua cara”, ou tem um problema com o Black Lives Matter, ou deseja “tomar o país de volta dos imigrantes”, então você não é realmente um fã.

A cultura nerd não se tornou de repente de esquerda… sempre foi sobre igualdade. Você foi ensinado a ser intolerante. Você se tornou o vilão nas histórias que costumava amar…

Sacaram então né…

Texto: Milinha Marques
Arte: “X-Men: Deus ama, o homem mata”, Chris Claremont, Brent Anderson (1982).


O Bom Samaritano hoje

Você já leu a parábola do bom samaritano? (Tá na bíblia, Lucas 10:25).
A história do bom samaritano serve pra ilustrar bem os tempos modernos. A exemplo do que foi narrado na história, em que aqueles que endeusavam a si mesmos como exemplos máximos de moral, mas na prática não consideravam o próximo, temos hoje o “defensor da família”, que defende coisas como o bolsonarismo.
Porque se Jesus disse que o resumo de toda lei de Deus é “amar o próximo como a si mesmo”, como podem pessoas que enchem a boca pra se dizerem supostamente cristãos (portanto teoricamente seguidores de Jesus), seguirem fanaticamente um sujeito que se orgulha de trazer a mensagem do ódio? Pois a base do bolsonarismo é o ódio, com ideais que abertamente defendem e glorificam o neofascismo, o racismo, a misoginia, o nepotismo, a xenofobia, a desigualdade social, o obscurantismo anti-ciência, a lgbtfobia, a ditadura militar, etc…
A exemplo daqueles que na parábola se desviavam do necessitado por se acharem melhores que ele, aqueles que se autoproclamam ‘mestres da lei’ mas que na prática, pouco se importam com as pessoas, desconhecem o conceito de justiça social e servem ao único propósito de conseguirem glória pessoal e riqueza material. Estão preocupados em construir supertemplos e e endeusarem pseudo-sacerdotes popstars (usarei o termo ‘pseudo’ para não ofender os sacerdotes verdadeiros, porque graças a Deus ainda existem os verdadeiros). Para protegerem seus lucros não hesitaram em se unir a um pregador da morte e da separação. O extremismo religioso encontrou na extrema direita o seu ninho perfeito.
Ao passo que, como na parábola, justamente aqueles que muitas vezes são alvo do preconceito são os que provam com atitudes o que é dignidade de verdade. Por exemplo, enquanto alguns pais héteros abandonam suas crianças, temos casais lgbt tentando adotá-las; Enquanto em um evento teoricamente evangélico colocaram um cara como Bolsonaro, que só fala de ódio e pouco se importa com a vida, para ser adorado no palanque, tivemos neste ano uma escola de samba pregando o fundamento do evangelho, ao apresentar de forma marcante o Jesus que se identifica com o povo; enquanto em meios conservadores se ensina que há normalidade em que os patriarcas da casa abusem das esposas e filhos pois são suas ‘propriedades’, temos aí os movimentos sociais para bater de frente e mostrar que direitos humanos estão acima de tradições.
Exemplos não faltam, não precisa nem fazer muita força pra ligar os pontos.
Quem diria que hoje é mais fácil achar Jesus numa escola de samba do que em uma marcha pra Jesus.

Ligue os pontos



Prisão de extremista marca limite entre ‘liberdade de expressão’ e ‘crime’

Polícia Federal prende Sara Giromini e mais cinco em investigação sobre atos antidemocráticos

Hoje foi presa a ‘lider’, ou conforme os padrões bolsonaristas, uma das laranjas que assinam a maioria das bobagens do tal de “os 300”, que na verdade são meia dúzia de pessoas com sanidade mental duvidosa e cuja atividade principal é alimentar robôs nas redes sociais com mensagens de ódio e hashtags pró bolsonaro. Mas enquanto as ações se limitavam a teorias da conspiração birutas e ‘olavices’ do tipo – estavam no campo da terra sem lei que é a internet – dava até pra enquadrar no campo das ‘sandices virtuais deploráveis’, mas em certa medida ‘produções de deepweb’ comuns. Porém as ações foram piorando, evoluindo para ataques e ofensas graves a pessoas e instituições, extrapolando por fim para o campo criminal.
A jovem é um triste retrato do que a falta de entendimento e de base moral pode causar em uma pessoa. Começou como ativista radical feminista e num giro de 360 graus é presa liderando um grupo de apoio a um dos políticos mais misóginos da história. Adotou deliberadamente um codinome nazista (pra que não sabe, a Sara Winter real foi uma espiã nazista e lider do movimento fascista em solo britanico entre os anos 20~40), abraçou a bandeira de um acampamento miliciano que planejava atos terroristas e por fim assumiu abertamente graves ataques contra a democracia.
Apesar do vício em ativismo, não é ‘ativista’, nunca foi. Na verdade sua trajetória denota mesmo uma real obsessão por exposição, não atrelado a causas – um dia é extremista feminista, pulando nua em protestos, outro dia é extremista conservadora evangélica, um dia é extremista pelos direitos da mulher, outro dia é extremista apoiadora bolsonarista da tortura e da misoginia… Embora o termo aplicável para esse tipo de ação seja extremismo, facilmente identificável pela linguagem chula e o típico discurso de ódio e aniquilação, esta figura apresenta um caso peculiar, pois não tem nenhuma causa fixa (o extremista padrão costuma ser fiel a uma causa própria). Esta é volátil e nitidamente motivada por financiamentos, um tipo de ‘extremismo profissional’. Além disso seu poder de influencia pode ser considerado insignificante, pois embora chame seu grupo de 300, mal ajunta 30… É na verdade, como o processo comprova, uma funcionária da extrema direita, funcionária PAGA, a serviço das pautas mais obscurantistas e violentas. Mas ainda assim, uma pessoa com nítidas ligações neonazistas e que deve ser responsabilizada, bem como todas as demais que a financiaram e acompanharam, por seus atos criminosos, em toda a cadeia de eventos, dentre os quais, a rede de fake news e o gabinete do ódio.
A prisão da extremista, ainda que temporária, serve entre outras coisas para marcar um algum limite entre ‘liberdade de expressão’ e crime contra a integridade de pessoas e instituições. Ameaçar e agredir pessoas e instituições, quaisquer que sejam, é crime! A livre associação, também garantida pela constituição, que própria extremista ataca, é uma coisa. Associar-se para cometer ilicitudes como ameaçar, agredir e denegrir falsamente pessoas e instituições é diferente da associação legítima e também é crime!

A justiça dirá agora, o quanto os limites foram ultrapassados, e quais as medidas cabíveis.

#Ligueospontos


O Brasil verdadeiro prevalecerá!

Antifas, uní-vos!

Vamos às estratégias? Para combater o bolsonarismo com efetividade eu acredito que algumas bandeiras devem ser levantadas. A primeira delas é a bandeira do Brasil. Não se pode deixar nossa bandeira representar essa ideologia nefasta e violenta. O Bozo não pode continuar sendo o símbolo do nacionalismo.O Brasil é mais que isso. Recuperar esse símbolo é essencial para expurgar de vez o Bolsonarismo no Brasil. Não tenha medo de ser democrata e se manifestar COM O SÍMBOLO DO SEU PAÍS. Já pensou o Bozo vai embora e fica representado sempre que a bandeira aparece? Não dá pra correr esse risco. Nossa bandeira não é fascista. Usem-na contra o fascismo! Peguem de volta nosso símbolo nacional! O segundo golpe de mestre seria demonstrar um amplo apoio popular ao STF e ao inquérito das Fake News. EU APOIO O INQUÉRITO DAS FAKE NEWS – essa é a frase de cartaz mais temida pelo bolsonarismo. O principal alicerce do Bozo é a desinformação. Aquele “acabou porra” seguido de toda histeria dos influencers bolsonaristas após a apreensão de celulares e computadores não foram a toa. O apoio popular vai dar segurança pro STF desvendar essa farsa bolsonarista, sem a desinformação ele não é nada. O BOLSONARISMO NÃO DOMINA AS RUAS, MAS DOMINA AS REDES SOCIAIS. Ocupem qualquer espaço de debate político que tiver oportunidade. Desmistifique qualquer notícia falsa que te chegue. Compartilhe influencers anti-bolsonaristas. O momento é esse. Eles trabalham sem parar para controlar narrativas nas redes.
ORGANIZAÇÃO. No Brasil morre 1 por minuto de Covid19. A tendência é piorar. Protestos parados/sentados são a melhor opção para quem decidir ir para as ruas, basta ter organização. É mais fácil manter o distanciamento e vai chamar a atenção da mesma forma. Milhares de pessoas sentadas a metro e meio de distância é uma aula de CIVILIDADE a quem tem se mostrado o advogado da barbárie. A linguagem do protesto não pode ser a linguagem da irresponsabilidade e do confronto. Esse é o jogo deles. Leve álcool gel para você e ofereça a quem tiver perto. Ninguém quer criticar o desmantelamento do SUS contribuindo para aprofundar seu colapso. #forabolsonaro #ditaduranuncamais #antifa

Walmir Estima

Fonte: Insta do Walmir Estima